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domingo, 15 de agosto de 2010

ORUNMILÁ IFÁ




O Prince Adekunle tem como nome religioso Adekunle Aderonmu Ogunjimi, nome adquirido quando de seu nascimento, em cerimônia própria, trazendo o significado da tradicional família da Coroa Real em Oyo - Abeokutá e diz respeito ao Orilé com origem e ligação sanguínea de gerações.
As raízes se remontam na tradição de pai para filho. Babá Ogunjimi foi iniciado aos 10 anos de idade para o Òrisà Ogun, em Abeokuta na África, sua terra Natal, e posteriormente para os mistérios de Ifá. Conforme assegura a tradição de origem familiar, é bisneto de Ojélabi, cultuador de Egungun, neto de Ifatoki e filho carnal de Ifaronmu Aderonmu, do mesmo modo, sacerdote no culto a Ifá, sendo então ele hoje Babalawo Ogunjimi Ifaronmu Aderonmu.
Em resumo, sua descendência religiosa se identifica nas raízes que corresponde à genealogia Africana, nas terras de Abeokuta, preservando os fundamentos e conhecimentos de seus ancestrais. Por determinação de Ifá, Ogunjimi atravessou o Atlântico, chegando ao Brasil. Trazendo sua cultura Yorubá, radicou-se na cidade de São Paulo, e através de muito esforço foi criado o alicerce para a construção e o surgimento do Ile Ase Ifá. Uma pequena reprodução do lugarejo onde morou na África, foi fundado também aqui em São Paulo, o Igbo Ifá, juntamente com todas as divindades, através de seu Babalawo "Arabá Salau Adisá Arogundade", foi lançada sua pedra fundamental.
É formado em Bioquímica na Universidade de Lagos e é considerado Otunbá (Rei) em seu pais, devido a herança de família nobre e tradicional. Ciente da grandiosidade do contingente populacional de negros e afrodescendentes no Brasil, cujo tema é objeto permanente de suas pesquisas, o Otunba Adenkule Aderonmu idealizou o Centro Cultural Africano, que funciona na Cidade de São Paulo, instituição que tem como objetivos principais fazer o intercâmbio cultural, social e religioso entre o Brasil e o continente africano. Tem como missão fortalecer a solidariedade, a ética, a esperança, o talento, o respeito e elevação da auto-estima, além de manter vivas as tradições culturais africanas e afro-descendentes, contribuindo para o desenvolvimento do patrimônio oral, material e imaterial da humanidade.


No site www.ileifa.com.br Otunba Adenkule Aderonmu explica que dentro de sua história Orunmilà é um dos Ifá que Olodumare (Deus Supremo) mandou ao mundo para ser seu representante. Através dele os humanos sabem o amanhã. Para alguns ele estava junto de Olodumare quando este criou o ser humano, por isso que o chamamos de Eleri Ìpin - aquele que vê o destino - porque ele sabe tudo com sua inteligência podendo intervir junto a Olodumare. Ifá é o intermediário entre o homem e Olodumare, por isso é chamado também de Okitiripi a pa ojo iki da, aquele que pode mudar o dia da morte.

Seu nome correto é Òrun mó oolà (sabe o amanhã) ou Òrun mó eniti o màa la (sabe se a pessoa vai se salvar). Quando veio ao mundo residiu perto da cidade de Ekìtì, foi para Ado-Ekìtì e depois para Ijesa-Obòkun e finalmente fixou-se em Ile-Ifé.

Ifá conta com Osayin como seu auxiliar em seus feitos, por isso Osayin é considerado o rei das folhas. Quando Ifá estava ocupado, mandava Osanyi em seu lugar. Outro que fica próximo dele é Èsú.

Òrúnmilà é uma entidade que Òlodùmaré mandou para a Terra para ajudar a resolver os problemas dos homens. Orunmila usava Ifá para adivinhar os problemas do homem. Esse Ifá se chama Ikin[1] e ele usava dezesseis ikin para fazer a advinhação. Cada um desses ikin representa um odú.


Èjiogbè

Òyèkú méji

Èdí méji

Òbarà mèji

Ònkonròn mèji

Iròsun mèji

Ìwòrì mèji

Ògundá méji

Òsá mèji

Òsé mèji

Ologbon mèji

Òrète méji

Òturà méji

Orangìn méji

Eká méji

Todos esses odú são diferentes entre si e possuem outros dezesseis.

Há algum tempo atrás não se fazia nada na sociedade Yorubá sem consultar antes Ifá. Habitualmente consulta-se Ifá antes de contrair matrimônio, para tirar duvidas a respeito de negócios, problemas espirituais, problemas com doenças etc.

Acesse o site do Centro Cultural Africano

http://www.centroculturalafricano.org/

Diamantino Fernandes Trindade (Ifasoya)

Membro do Centro Cultural Africano
Omo Ifá do Ile Ase
Ifá



[1] Ikin ou no plural Ikins são coquinhos (nozes) de um tipo especial de palmeira de dendê que ao invés de apenas dois olhos como nas palmeiras comuns, apresentam três ou mais olhos. Para serem usados para fins divinatórios no Culto de Ifá tem todo um ritual de extração e preparo especial prévio.

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